quarta-feira, maio 07, 2008

dores

Com o corpo dolorido e com os pés gelados estou deitada sobre duas cobertas, rodeada de travesseiros e um livro. Mas ainda sobra espaço na minha pequena cama de meu apertado quarto. O sono ainda não chegou. Mas a moleza do corpo sim. Minha mente ainda em um trabalho cíclico, não deixa meu sono chegar.

O livro que ainda está aberto na página da dedicatória me envolve com a esperança que eu decifre suas palavras. A dor em todos meus músculos continua a acelerar meus pensamentos e a movimentar meus dedos, que marcam um pedaço de papel com palavras sem sentido. Meus olhos voltam-se novamente para o livro, mas logo fogem dele. Melhor tê-lo só como apoio para minhas palavras sem sentido. A historia é sempre a mesma.

O sono ainda me chama, mas não é atendido pelos meus pensamentos. E agora o estômago já clama por comida. Não, só amanhã, meus músculos doem e as cobertas estão pesadas demais.

E o livro já lido, que nesta noite serve-me apenas como apoio e não ajuda como de costume, a trazer o sono, eu afasto e as dores dos meus músculos aumentam. Estou pesada.

Como personagem da minha própria vida não me encontro em grandes ou pequenas grandes histórias com finais felizes. Encaixo-me melhor em uma trilogia daquelas que não tem fim. Como personagem principal, não sou nada. Como figurante, observo o que tanto me falta para terminar histórias.

As dores dos músculos de meu corpo teimam em lembrar-me do descanso necessário. Meus pensamentos acelerados, dos compromissos pela manhã. E algo desconhecido que me habita lembra-me que palavras são somente palavras, e que se precisa de silêncio para compreender silêncios, senão esses se tornam delírios. E fim.

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