Mas tudo isso são só desejos. Desejos que cansei de desejar.
segunda-feira, julho 14, 2008
desejos
Mas tudo isso são só desejos. Desejos que cansei de desejar.
quinta-feira, junho 12, 2008
a lá Paula Toller
segunda-feira, maio 26, 2008
nem exageros, nem extremos
Não gosto de exageros e nem de extremos. Muitos podem me considerar uma pessoa sem personalidade e até fraca. Pois bem, não sou. Pelo menos julgo assim. Não sei por que é tão importante gostar disso e não daquilo, desgostar daquilo e não disso; achar aquela pessoa certa ou aquela outra errada. E esse “achismo” todo é sempre lei. Irrevogável. Posso ouvir samba e gostar de rock. Posso amar livros de ficção e ler livros infantis (são tão coloridos). Posso gostar de carne vermelha, mas escolher uma salada com um frango grelhado. Enfim, posso infinitas coisas, coisas das mais diversas e coisinhas das mais banais. Só não posso achar que extremos são bons. Nem os meios-termos o são. Mas será que não existe um lugar entre os extremos e os meios onde eu possa viver. Apenas viver e descobrir coisas, colorir e descolorir mundos. Um dia, alguém me disse que minhas opiniões poderiam mudar, para eu não julgar tanto. Não foi nenhum gênio que me disse isso e muitas vezes, vejo que até esse alguém julga demasiado. Ninguém pode ser completamente alheio a julgamentos, seria também um exagero, um extremismo. Mas não entendo. E é difícil viver entre dois extremos tentando não ser meio-termo e continuar colorindo e descolorindo meu mundo. Eu tenho pré-conceitos, mais não vivo para eles, às vezes até os esqueço e mudo-os. Por exemplo, não concordo com o roubo, mas acredito que existam roubos honestos, se é que posso chamar assim, quer dizer, posso. Meus poucos roubos são honestos. Acredito
Gosto de gostar de coisas diferentes, de pessoas diferentes, mundos diferentes e de cores diferentes. E poder escolher hoje o branco, amanhã o preto e, porque não, querer um dia cinza para nada fazer. Minha mente está cansada de tanto buscar por coisinhas. Se hoje arrisco palavras sem sentidos em pedaços amassados de papéis usados, se leio mergulhando num mar de palavras incompreensíveis e saborosas, se me permito ouvir um chorinho ou Oswaldo Montenegro em minhas viagens diárias, se hoje me encontro e vivo meus eternos momentos em lugares pouco iluminados e “convencionais” e me delicio simplesmente por estar numa rua com o céu em azul tão claro e envolvente, se hoje - não ontem e nem amanhã - posso colorir meu mundo com diversas tonalidades, cheiros e sabores, é porque decidi não pelos extremos e exageros, e sim pela imensa alegria de me encontrar em mundos tão diferentes, podendo saboreá-los, senti-los e vive-los, decidindo pelo meu modo de colorir. Nem tão branco, nem tão negro, mas infinitamente colorido. Às vezes em tão mais claros e infantis, outras vezes em tons fortes, riscados com paixão.
quarta-feira, maio 07, 2008
dores
Com o corpo dolorido e com os pés gelados estou deitada sobre duas cobertas, rodeada de travesseiros e um livro. Mas ainda sobra espaço na minha pequena cama de meu apertado quarto. O sono ainda não chegou. Mas a moleza do corpo sim. Minha mente ainda em um trabalho cíclico, não deixa meu sono chegar.
O livro que ainda está aberto na página da dedicatória me envolve com a esperança que eu decifre suas palavras. A dor em todos meus músculos continua a acelerar meus pensamentos e a movimentar meus dedos, que marcam um pedaço de papel com palavras sem sentido. Meus olhos voltam-se novamente para o livro, mas logo fogem dele. Melhor tê-lo só como apoio para minhas palavras sem sentido. A historia é sempre a mesma.
O sono ainda me chama, mas não é atendido pelos meus pensamentos. E agora o estômago já clama por comida. Não, só amanhã, meus músculos doem e as cobertas estão pesadas demais.
E o livro já lido, que nesta noite serve-me apenas como apoio e não ajuda como de costume, a trazer o sono, eu afasto e as dores dos meus músculos aumentam. Estou pesada.
Como personagem da minha própria vida não me encontro em grandes ou pequenas grandes histórias com finais felizes. Encaixo-me melhor em uma trilogia daquelas que não tem fim. Como personagem principal, não sou nada. Como figurante, observo o que tanto me falta para terminar histórias.
As dores dos músculos de meu corpo teimam em lembrar-me do descanso necessário. Meus pensamentos acelerados, dos compromissos pela manhã. E algo desconhecido que me habita lembra-me que palavras são somente palavras, e que se precisa de silêncio para compreender silêncios, senão esses se tornam delírios. E fim.
sexta-feira, abril 25, 2008
sono
Às 07h58min os olhos despertam, mas não se abrem, ainda resta muita maquiagem e o cansaço, início da ressaca. Apesar dos olhos ainda fechados a mente lembra dos compromissos. E a dor no braço direito, reflexo de uma noite bem dormida, incomoda. E é um incômodo bom, uma dor gostosa. Mas ainda é preciso levantar. O cheiro da fuma dos cigarros e da cerveja são mais um reforço para acordar. Pronto. Acordei. Mas enquanto vou até o banheiro e me esforço para abrir os olhos, evitando lembrar do meu estômago e tentando não tropeçar no cachorro, só penso no porque eu não continuei deitada. Não gosto de fazer as coisas com o tempo contado, mas não consigo não me organizar. Falta-me desorganização. Para muitos, isso é uma qualidade, para mim, um problema. E ainda com o corpo dormente me disponho a cumprir meus afazeres do período da manhã.
Às 11h30min um telefonema enquanto tentava inutilmente desviar de buracos, trocar a marcha e adivinhar as próximas barbeiragens de um motorista qualquer, me faz mudar os planos do período da tarde. Um almoço entre amigas. Três mulheres famintas e cheias de histórias para relatar umas as outras, conclusão: duas horas de almoço. E não esquecer de mencionar a Coca-Cola, um copo com gelo. Outro com limão, não! com gelo também. E outro “normal”, por favor.
Às 14h e alguns minutos decido não fazer nada. Sim. Fiquei deitada esperando o sono voltar, e ele voltou. Mais uma vez meu braço incomoda. Aquele incômodo bom. Devo ter desaprendido dormir. Lembro-me dos trabalhos que deveria ter feito naquela tarde cansada, mas logo me esqueço e continuo assistindo um filme que a televisão teimava em me mostrar, com a boca seca, sintoma da ressaca, continuei deitada. Quando resolvi me levantar, a secura na boca já me incomodava demais e não era um incômodo bom, fui à farmácia. Adoro as grandes redes de farmácias. Vende-se de tudo. Eu mesmo dificilmente vou até elas para comprar algum medicamento. Perfumes, comidas, filmes fotográficos (ainda se usa?), cremes, presentes, cartão de aniversário, e tantas outras coisas e todas aquelas luzes e cores e preços, dificilmente compro somente o que me propus antes de chegar. Mas a satisfação de estar na farmácia logo desaparece. O movimento, o barulho dos carros, as pessoas passando, todos apressados e quanto barulho. A secura na boca volta e aquela sensação incômoda, não a agradável, também. Meio atordoada, com pouco humor, mas ainda com alguma força de vontade de ser simpática com o mundo, vou até o shopping. Mais barulho, mais pessoas e muita comida pesada.
Às 23h20min, ainda com uma terrível secura na boca e com o estômago pesado, penso no sono. E nessa agradável sensação de sentir sono e ainda melhor quando, apesar de todos os afazeres, me permito outra vez escolher o sono. A minha organização já não me atrapalha, mas me encoraja. O horário de dormir é às 10h.